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A presente publicação engloba três contos de afirmação feminista da autora Charlotte Perkins Gilman. Publicados em séculos distintos, e não foram organizados cronologicamente por opção e preferência editorial, organizaram-se antes numa perspetiva de introdução e abordagem ao conto "O Papel de Parede Amarelo" que titula este livro, e que é considerada a magnus opera de Gilman. De modo a permitir ao leitor inteirar-se da perspetiva da abordagem feminista da autora, inicia-se então este segmento de histórias com a leitura de um pequeno conto metafórico, "Um Anjo Extinto", seguindo-se "Se Eu Fora Um Homem", este sendo um conto com um cariz transpessoal, para, por fim, fazer desembocar o leitor no meandro de um intenso jogo psicológico intrapessoal em "O Papel de Parede Amarelo".No primeiro conto Gilman utiliza a figura do anjo para metaforizar a mulher obediente e subserviente que na sua perspetiva se extinguiu. Vincadamente feminista e publicado em 1891, "Um Anjo Extinto" é um magnÃfico mote sobre a perspetiva da emancipação da mulher e das causas que a levaram a tomar as rédeas do seu destino.Em "Se Eu Fora Um Homem", Charlotte Perkins Gilman retrata-nos os pensamentos subconsciente da personagem Mollie Mathewson que, almejando tornar-se um homem, se transpõe para a posição do seu marido e passa a ver o mundo através dos olhos dele experienciando diferentes e estranhas perspetivas.Por fim, mas não menos, em "O Papel de Parede Amarelo", Charlotte Perkins Gilman descreve autobiograficamente uma profunda depressão de uma mulher cujo marido, médico, a levou a passar uma temporada afastada da sociedade numa antiga mansão de famÃlia isolada a fim de ela se prover de absoluto descanso e se curar, o que a leva a uma extraordinária alucinação face ao isolamento, retratando as consequências da subserviência feminina ao patriarcado. O leitor vê-se gradualmente envolvido numa fascinação mórbida que o transporta num estilo sensacionalista, ou mesmo surrealista, ao longo de um imaginário intermutável. A obra é inspirada na sua própria depressão pós-parto.
Neste conto aqui traduzido, 'Os Mortos', James Joyce relata-nos os acontecimentos que decorrem num evento social anual organizado pelas tias de Gabriel Conroy na época de Natal. No evento figuram os mais diversos convidados, amigos e familiares, numa caracterização da sociedade irlandesa do princípio do século XX.No decorrer cronológico de uma só noite, em ambiente de festa com danças e música e uma mesa de jantar farta, a história desenrola-se por uma via nostálgica, tratando a morte de forma literal e metafórica, e colocando as personagens no limbo das suas memórias de um passado glorioso e de um presente em declínio que atinge a consciência das personagens por via do simbolismo.Tendo o inverno de Dublin como pano de fundo, Joyce guia-nos gradualmente até à epifania noturna de Gabriel sobre a sua vida e casamento com Gretta que, provocada pelo ouvir de uma velha canção, cai à recordação de um antigo amor trágico, o que leva Gabriel a uma reflexão sobre os mortos que fazem sombra dos vivos.
Nos contos traduzidos apresentados neste livro que vos trago a publicação, Dostoiévski mostra o seu olhar profundo e cuidado sobre a sociedade russa do século XIX.Abrindo esta seleção de contos, resolvi iniciar com um conto que creio poderoso, "O Pequeno Órfão", nele Fiódor Dostoiévski subverte a alegre fantasia do alegorismo do Natal, e impõe-lhe a visão do drama da pobreza numa narrativa que decorre no presente, um curto, mas notável retrato da miséria das classes baixas, profundamente realista e com uma carga de transcendência significativa.Em "A Árvore de Natal e o Casamento", Dostoiévski descreve uma festa de Natal de uma família endinheirada cuja filha, ainda criança, tem o seu dote anunciado, entre os presentes encontra-se ele próprio que observa o desenrolar dos acontecimentos, posição em que Dostoiévski aprecia colocar-se como narrador. A crítica social bem presente neste conto é uma significativa bofetada à sociedade nobre-burguesa de então.Por fim, rutural e desenhador de uma outra hipótese de sociedade no conto "O Sonho de um Homem Ridículo", o autor contrapõe - numa narrativa autobiográfica suicida - uma utopia individual a uma sociedade com premissas belicosas, e a necessidade de esta se transformar e se recomeçar sob novas premissas numa vertente cristã e de veneração a Deus, podemos inclusivamente considerar que esta obra tem características de ensaio.
B. 24 foi publicado pela primeira vez em março de 1899 na The Strand Magazine sob o título The Story of B. 24 (A História do B. 24). Este conto, no género policial, da autoria do mestre Arthur Conan Doyle (Sir), utiliza a narrativa na primeira pessoa.Aqui, o autor e criador do mais famoso detetive do mundo, Sherlock Holmes, conta a história de um ex-presidiário que anda de terra em terra, de albergue em albergue, em busca de um trabalho honesto para refazer a sua vida. A narrativa da história desenvolve-se através de uma carta que o B. 24 - número de presidiário da personagem central desta história - envia a um investigador em busca de apelar à sua inocência após se ter visto envolvido num crime que o leva novamente à prisão. Com o propósito de demonstrar a sua inocência, o presidiário relata a sequência de eventos que o levou à situação em que se encontra. Relatando a sua má-sorte de pernoitar numa pequena aldeia, num albergue cujo dono, um tagarela de primeira, acaba a contar-lhe a história de uma grande casa na entrada da aldeia sobre a qual consta haver grandes riquezas no seu interior. O B. 24 tenta interromper a conversa em antes de saber demasiado sobre o assunto, mas o seu instinto criminoso leva-o a indagar e a saber mais e mais sobre a história da casa e dos seus residentes, inevitavelmente cede ao seu instinto e porfia as riquezas da casa, mas quando nela tenta entrar acaba enredado numa situação completamente inesperada que o leva à prisão.
H.G. Wells está considerado como um dos principais propulsores do género literário da ficção-científica, por muitos autores e críticos considerado o pai da ficção científica a par de Jules Verne (Júlio Verne). Mas Wells era um escritor diversificado e escreveu também noutros estilos como o realista, a fantasia, e a ficção especulativa.Nesta edição que conta a tradução de três contos, juntámos uma seleção entre a fantasia e a ficção científica. Desde uma bactéria mortífera que poderá convulsionar o mundo, a uma viagem alucinada à infância nos meandros de um jardim encantado e a influência e consequências que essas experiências têm no percurso da vida do ser humano, até às idiossincrasias entre comunidades e o respeito pelas diferentes culturas sem perder um espírito crítico e com a prevalência do indivíduo numa terra de cegos."Em Terra de Cegos" é possivelmente o conto inspirador da obra "Ensaio sobre a Cegueira" de José Saramago. Foi publicado pela Strand Magazine em 1904, e incluído na coleção de short-stories de H.G. Wells,"The Country of The Blind and Other Stories" (1911). Uma história plena de simbolismo que balança entre a ficção científica e a ficção especulativa. Um aventureiro das montanhas sofre uma queda nas neves e quando desperta encontra-se no seio de uma comunidade que perdeu a visão e o seu conceito."O Bacilo Roubado" retirado da coletânea de contos The Stolen Bacillus and other incidents, publicado pela Methuen & Co. em 1895 e tendo sido o primeiro livro de contos de Wells, recolhidos das publicações em periódicos onde foram publicados pela primeira vez, no caso "O Bacilo Roubado" (Pall Mall Budget, 21 de junho de 1894). Nesta história um cientista recebe em sua casa um ilustre desconhecido, tomado pela oportunidade de partilhar as suas pesquisas o cientista permite ao desconhecido a oportunidade de este roubar uma cultura de bactérias pondo-se em fuga para executar um plano maligno.The Door In The Wall and other stories, coletânea de contos publicada em 1911 da qual se traduziu "A Porta no Muro", uma história de fantasia sobre a narração da infância e o seu grande segredo, Wells, descreve o encontro de dois amigos de longa data que recordam os velhos tempos diante de uma lareira, um dos amigos relata a sua ida a um jardim encantado ao qual chegou depois de atravessar uma porta verde que o segue ao longo da sua vida.E assim se juntam estes três contos fantásticos titulares dos livros de short-stories de H.G.Wells.
Victor Nuno de Menezes é um Poeta Personagem criado por Philipe Pharo da Costa. A figura desta obra é um Físico-Teórico autodidata e libertário que se confronta em monólogo com a sociedade, declarando pensamentos e meias-verdades do Universo Social, vociferando injustiças e proferindo impropérios muitas vezes auto-inflingidos. A reedição desta obra no formato de "Obra Completa" é uma necessidade que levaria a demasiadas explicações, as quais não vou extrapolar por pejo à comiseração, no entanto, é de salientar que, ao contrário da edição de "As Meias do Poeta Victor Nuno de Menezes" de 2017 (registada em 2016), a presente contempla todos os escritos posteriores do Físico-Teórico até à sua morte literária em 2021, esses incluídos na "2ª Parte" definida nesta edição.
Estes dois contos de Voltaire foram escolhidos pelo tradutor por serem demonstradores do estilo filosófico, e do humor crítico e até cínico, do autor iluminista francês, pseudónimo de François-Marie Arouet.Ambas as histórias tratam a definição filosófica do Bem em oposição à religiosa, colocando à prova o conceito em diferentes situações. Voltaire confrontava assim, risivelmente, a igreja e a religião católica pela sua rigidez de pensamento e incapacidade de adaptar o Bem à necessidade de distintas circunstâncias.Em O Carregador Zarolho descobrimos um carregador afortunado com a sua condição que, por circunstâncias da vida, vai ao encontro de uma bela donzela, oposta à sua classe.Em Cosi-Sancta, uma jovem mulher muito ciosa da sua virtude é colocada à prova em três situações inusitadas.A tradução é da autoria de Philipe Pharo e a revisão de tradução efetuada por Fabiana Ribeiro.
O primeiro livro da colecao Poetas Livres da Contra Escrita - que nao poderia estar melhor representada - da-nos a conhecer a magnifica escrita da poetisa Neusa (neusa), um achado da literatura moderna e contemporanea. A nao perder.
Neste conto Jack London narra a presença de um objeto de imensa massa vindo do cosmos, e que regula o quotidiano de uma tribo de bosquímanos na região da Ilha de Vanuatu. Aí se encontra um explorador incansável na descoberta de novas notícias para o Mundo, e que para tal se integra na tribo na busca do segredo e da razão da presença daquela enorme massa alienígena naquele local remoto do Mundo.
Jack London detinha uma incrível habilidade na construção de contos de ficção científica, mas também tinha contos de grande dimensão humana, à luz da época, é o caso deste clássico da literatura, "O Pagão". Esta história foge da linha da ficção científica dos anteriores volumes traduzidos na "Coleção X Maravilhas de Jack London", continua a ser uma Maravilha como só a amizade pode proporcionar. London descreve-nos a amizade entre dois homens que nasce num naufrágio no olho de um furacão. Percorremos depois uma viagem sobre o caminho de uma verdadeira amizade e do altruísmo, um conto de fraternidade. Sendo este também um dos seus melhores espécimenes literários na visão deste vosso tradutor, por tal escolhido para tradução e publicação nesta série de "X Maravilhas de Jack London" traduzida para Português Europeu.
O protagonista desta história fantástica de Jack London é salvo de um naufrágio e raptado por um cientista tresloucado que descobriu uma forma de ressuscitar os mortos. O cientista tem no seu barco um avançado laboratório onde inicia depois um processo de experiências infindáveis em que o cientista mata e ressuscita o pobre coitado um sem número de vezes, até que este faz uma descoberta macabra.Uma curta história que daria por si só um romance, mas que Jack London decidiu libertar da sua panóplia de contos rapidamente para seu ganha-pão, e para dar início à sua carreira de escritor. Consta que terá sido este o seu primeiro conto publicado ("A Thousand Deaths"), em 1899, na revista literária 'The Black Cat' com sede em Boston através da qual Jack London fez as suas primeiras publicações literárias.
Em 1910, Jack London, publicava este conto baseado na primeira década do século XX, num imaginário de um novo método de guerra que mais tarde viria a surgir, ainda que sem as dimensões que London descreveu através desta sua ficção científica especulativa com base histórica da época. Depois da Guerra Rússia-Japão, o Japão entra em conflito com a China tentando ocupá-la, London descreve então a expulsão dos japoneses da China no decurso do furioso despertar do país da Grande Muralha; anos depois a China revela seus interesses imperiais e ocupa diversos países através da imigração em massa, terminando a história num cenário quase apocalíptico de confronto entre a China e as restantes nações do mundo.Este conto, com título original 'The Unparalled Invasion' (1910), pode, nos padrões de hoje, ter algumas interpretações de cariz xenófobo, por outro lado, apesar de todo um cenário hediondo que caracteriza a catarse deste conto (short-story), London demonstra cruelmente o que pode derivar de uma guerra em grande escala num mundo tecnologicamente avançado - a exemplo do que aconteceria quatro anos depois da publicação deste conto com o início da Primeira Guerra Mundial -, pelo que deveremos ter em conta o ativismo social de Jack London e, possivelmente, atentar antes às características da ânsia que revela pelo desenvolvimento intelectual e pelo pacifismo ao invés dos caminhos da guerra que os inimigos trilham independentemente da sua origem. Jack London foi censurado em diversos países pela periculosidade das suas histórias, e pelo seu impacto à escala mundial, com certeza, esta terá estado entre os motivos dessa censura.
EN - From the Author 1st Edition: Writing poetry is to be the most proper freedom of lifting off one's chest or to colour a soul, without prejudice or limitations, going beyond in the trove of composition, there, it end's to be venting and begins to be content, even if abstract in some circumstances. In this published verses, I bring poems of a fairly distant past, in which it's intended to express sentiments and renewal. Even though conditioned by emotions at the act of writing, are then taken from scratch, composed in better semantics and rhythm accordance, with graphic incursions, isolated from the sentimental or emotional moment that provided them. These are poems of grief from adolescence, the true loss of innocence I believe to affect all of us. PT - Da primeira edição do Autor: Escrever poesia é a liberdade mais própria da possibilidade de desabafar ou colorir uma alma, sem preconceitos ou limitações, indo mesmo além na busca da composição, aí, deixa de ser um desabafo e passa a ser um conteúdo, mesmo que abstrato em determinadas circunstâncias. Nestes versos aqui publicados, o que trago são poemas de um passado razoavelmente distante, em que se procura expressar sentimentos e renovação. Mesmo condicionados pelas emoções em ato de escrita, são depois tirados do rascunho, compostos em melhor acordo semântico e rítmico, com incursões gráficas, isolados do momento sentimental ou emocional que os proporcionou. Serão poemas de luto da adolescência, a verdadeira perda da inocência que creio tocar a todos. FR - Édition Portugais-Français disponible comme "De Moi Vers Le Monde : Poésie et Fragments". Dans la premiére edition de l'author: Écrire de la poésie c'est la liberté la plus propre qui nous donne la possibilité de nous livrer et de colorer une âme, sans préjugés ou limites, allant au-delà dans la recherche d'une composition, à ce moment précis, ce n'est plus une délivrance mais un contenu, même s'il est abstrait dans certaines circonstances. Dans ces vers ici publiés, j'offre des poèmes d'un passé lointain, où je cherche à exprimer à la fois mes sentiments et un renouvellement. Même si conditionnés par les émotions durant l'écriture, les vers sont ensuite retirés du brouillon, et puis composés en de meilleurs accords sémantiques et rythmiques, avec des incursions graphiques, et isolés de l'émotion qui les a suscités. Ce sont des poèmes qui représentent le deuil de l'adolescence, la vraie perte de l'innocence qui je pense nous touche tous.
O Gato Preto, de Edgar Allan Poe, é um dos seus contos horríficos mais conhecidos. Autor multiexperimental, Edgar Allan Poe é um dos mais relevantes autores norte-americanos do século XIX, e escreveu esta "short-story" - área em que Poe era extremamente hábil - para o provar, criando um ambiente fantasioso de sequência de eventos que levam a um estranho e escabroso crime.
Esta é uma das mais incríveis e fantásticas estórias que Jack London publicou. "O Pior Inimigo do Mundo" conta a história de um génio cientista, Emil Gluck, que é condenado por um crime que não cometeu. Quando lhe é reconhecida a sua inocência e posteriormente sendo libertado, Emil Gluck enceta a mais brutal vingança sobre o mundo que o maltratou toda a sua vida. Esta publicação conta com a tradução de Philipe Pharo da Costa, publicando-se uma série de dez contos escolhidos pela editora ContraatircsE. Este primeiro volume foi lançado no ano do centenário da morte do autor Jack London (1916-2016), poeta, contista e romancista americano, sendo esta a terceira edição deste primeiro volume da coleção.
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